Machu Picchu era obviamente meu destino ápice nessa viagem pelo Peru, mas algo me dizia que o caminho a percorrer poderia ser tão ou mais interessante que o ponto de chegada. Foi assim que decidi dormir uma noite em Ollantaytambo, no Vale Sagrado.
E, sinceramente, foi a melhor decisão no meu roteiro em direção à cidade perdida dos incas. Gostei tanto que se eu não tivesse comprado meu trem de volta diretamente pra Cusco dormiria em Ollantaytambo mais uma vez e tentaria visitar tudo nos arredores.
Qual o motivo de ter gostado tanto? Ollantaytambo é um dos poucos povoados onde vivem descendentes da população inca original e é tida, por isso, como uma “cidade inca viva”. Muitos ainda guardam costumes dos ancestrais, apesar do turismo de massa que assolou o Valle Sagrado. Passear pelas ruelas e casinhas de pedra é sensacional e os city tours que saem de Cusco não vão te proporcionar isso.
Como fui parar lá? Tudo começou com a compra do tour Vale Sagrado. Fiz o passeio em grupo porque é a melhor opção pra quem está viajando sozinho. Passamos primeiro na cidadezinha de Pisac, depois almoçamos em Urubamba e seguimos pra Ollantaytambo, onde abandonei o grupo por volta de umas 15:00. A última parada do grupo seria Chinchero, mas eu acabei fazendo sozinha outro dia como contarei em outro post.
O tour do Valle Sagrado merece uma observação. Uma vez em Cusco, muita gente compra esse tour como forma de chegar a Ollantaytambo e pegar o trem do fim do pra Águas Calientes. É a forma mais em conta porque um transfer puro costuma ser até mais caro do que o passeio com transporte e guia.
Quando meu grupo chegou em Ollantaytambo, resolvi não entrar com o guia no sítio arqueológico porque era o meio da tarde e tinha muita gente. Depois que fazem o furinho no teu boleto turístico não pode entrar de novo. Comprar uma nova entrada era fora de cogitação porque custa muito caro. Então decidi só visitar o sítio arqueológico no outro dia de manhã.
Onde dormir em Ollantaytambo? Depois que abandonei a excursão, segui pra deixar minha mochila na pousada. Outra surpresa agradável foi justamente essa pousadinha familiar La Casa del Abuelo, a apenas alguns passos da entrada do sítio arqueológico e alguns minutos caminhando da estação de trem. O hostel é bem simples, mas a acolhida calorosa.
Logo na chegada me deram o mapinha da cidade e a responsável me indicou o que dava pra fazer fora do sítio arqueológico. Não sei se foi porque Ollantaytambo tem menos altitude se comparada a Cusco (já estamos na entrada da região Amazônica), mas dormi muito bem ali na pousada. Sem contar a vista de manhã pras montanhas.
Ollantaytambo ainda tem muitos outros atrativos além do sítio arqueológico principal e, melhor, são gratuitos. Eu fiz apenas Pinkuylluna, que são aquelas casinhas que você vê quando está no sítio arqueológico principal. A entrada é gratuita. Tem também várias caminhadas, a ponte inca, o mercado, a pracinha principal com as lojas de artesanato. Algumas agências também fazem saída dali para o mini trekking que leva a Águas Calientes pela hidrelétrica (opção mais econômica pra visitar Machu Picchu sem pegar o trem turístico). Enfim, há um mundo de oportunidades nessa charmosa cidadezinha inca.
Resumo:
Comprei o tour Valle Sagrado e fui de mala e cuia. Fiz o passeio de Pisac, almoço em Urubamba e abandonei o grupo assim que chegamos em Ollantaytambo. Deixei pra entrar nas ruínas de manhã antes da invasão dos ônibus de turismo. Dormi na pousadinha La Casa del Abuelo, muito recomendável! Peguei o trem pra Águas Calientes no início da tarde do dia seguinte.